Os melhores momentos dos 10 shows do Coldplay na Argentina
Shows de luzes, músicas icônicas e uma energia contagiante se acendem em um dos estádios mais importantes de Buenos Aires: o River Plate.
Adrenalina na flor da pele. Alarmes ativados para comprar os ingressos. Acordes, sentimentos, gritos e moshs. Independentemente de quem pisa no palco, viver um show na Argentina é uma experiência de outro planeta. A energia do povo é sentida nas vibrações do campo, nos cânticos das plateias e nos cartazes das primeiras filas. Nas lágrimas, nos cantos de hinos mundiais e nos aplausos. Por todos esses condimentos azuis-claros e brancos, não é coincidência que as bandas escolham Buenos Aires como a cidade para celebrar a música. Inícios e encerramentos de turnês, venda de ingressos recordes e estádios cheios de fãs desesperados para ouvir suas músicas favoritas são um sinal de que o fenômeno musical encontra sua melhor versão em território nacional.
Ao longo dos anos, diferentes bandas musicais de todo o mundo passaram por aqui para viver em primeira pessoa esse mito energético que tanto ressona na indústria musical. Basta tocar as primeiras harmonias para confirmar o que todos sabem: não há nada como o público argentino. E se há alguém que sabe sobre a magia dos fãs argentinos, é Chris Martin. O líder da banda britânica Coldplay se declara apaixonado pelo país e o demonstra em cada uma de suas turnês: a última vez que tocaram ao vivo foi para abrir e fechar a turnê "A Head Full Of Dreams", entre 2016 e 2017. Desta vez, eles dobraram a aposta e levaram-na para o extremo, porque quebraram todos os recordes locais (batendo Roger Waters, The Rolling Stones e Soda Stereo).
Dez estádios do River Plate. Dez encontros com surpresas únicas. Dez oportunidades para continuar construindo o vínculo amoroso entre os quatro músicos e seus fãs. Dez noites onde foi gerado um microclima que apenas Chris Martin, Will Champion, Guy Berryman e Jonny Buckland podem gerar. O sopro de ar fresco que significa ver o Coldplay ao vivo.
Quais foram os destaques de seus recitais na Argentina?
Os dois recitais que foram transmitidos em 81 cinemas ao redor do mundo
O recorde de vendas de ingressos não podia passar despercebido no resto do mundo. Mereceu a difusão porque o show que o Coldplay desdobra na Argentina tem um gosto diferente. E nada mais bonito do que espalhar essa energia pela tela grande. Os recitais de 28 e 29 de outubro foram documentados e direcionados para fornecer o mais belo presente do fim de ano de todos: um recital onde a magia é transmitida mesmo sem estar pessoalmente. Os diferentes cinemas do globo reservaram a data para acompanhar parte do passeio pela Argentina à distância. A transmissão chegou ao topo das bilheterias na Argentina, México, Chile e Países Baixos e foi dirigida pelo vencedor do BAFTA e indicado ao Grammy Paul Dugdale.
Dois hinos nacionais com os membros do Soda Stereo
Uma das bandas mais importantes do país. Icônica, vanguardista e lendária. O rock e as letras de Soda Stereo tocam as fibras mais profundas dos argentinos. Pois a banda liderada por Gustavo Cerati marcou um antes e depois na história musical latino-americana.
Chris Martin sempre se declarou um grande admirador do trabalho de Cerati e, após sua morte em 2014, ele foi o responsável por homenageá-lo como merece no país do Fim do Mundo. Eles já haviam tocado ao vivo uma das músicas mais conhecidas de Soda, De música ligera, em 2017. Mas nos dias 7 e 8 de novembro, o fanatismo subiu a outro patamar: os dois fundadores do grupo entraram em cena: Zeta Bosio (baixista) e Charly Alberti (baterista). O setlist não só contemplou De música ligera, mas também expandiu o repertório para outro dos maiores sucessos da banda, Persiana Americana. O público foi à loucura, palavras de agradecimento foram ditas a Gustavo Cerati e o resto foi história. Com a humildade que caracteriza a banda do Reino Unido, Will Champion, o baterista, deu sua própria bateria para Charly e acompanhou com o pandeiro. Chris Martin foi o responsável por promover a ovação aos músicos argentinos e a gratidão foi muito clara: gracias totales. A frase nacional mais representativa também foi exibida como uma tatuagem imortalizada em um dos braços do frontman inglês.
Além das duas canções, os ex-integrantes também tocaram Yellow com o estádio iluminado com flashes amarelos.
A primeira performance ao vivo de The Astronaut, o single de Jin do BTS,
Eles já haviam feito uma colaboração conjunta: My Universe combina a energia característica do Coldplay com os flashes pop do BTS, a banda sul-coreana que é um boom em todo o mundo. Desta vez, co-escreveram uma nova música com um dos membros do BTS. O lugar para fazer a apresentação oficial? Buenos Aires, é claro. No dia 28 de outubro, Jin subiu ao palco do River Plate para cantar pela primeira vez a música que fala sobre o vínculo do músico com seus fãs. Em meio de abraços, a faísca entre os artistas foi percebida em todo o estádio, que não hesitou em receber o cantor de braços abertos.
Dueto de Chris Martin com Tini
A rainha do pop e reggaeton do momento, Tini Stoessel, também fez parte dos destaques do Coldplay em Núñez. Em um solo de Chris Martin no piano, as luzes do estádio brilharam azuis com a melodia de Let someone go, a música que ele gravou com Selena Gomez e faz parte do último álbum dos britânicos. Music of the Spheres. Nos dias 1 e 2 de novembro, a voz da americana foi substituída pela voz da Tini ao vivo. Combinando partes originais da letra com alguns versos em espanhol, o público celebrou a aparição com gritos, a Tini se emocionou e Chris celebrou o talento da argentina.
A participação de Golshifteh Farahni e a canção iraniana que foi transmitida ao mundo
É de conhecimento público que o Coldplay está envolvido em causas humanitárias globais. Seus CDs cruzam culturas, seus recitais levam em conta o fator ambiental e a energia que sempre vibra é o amor como condição do ser humano. Em um contexto sensível no Irã, Chris, Guy, Will e Jonny convidaram a atriz exilada Golshifteh Farahni para cantar os versos do que se tornou uma canção de protesto iraniana. A artista cantou em farsi a canção composta por um dos músicos mais populares do Irã, Shervin Hajipour. As letras foram escritas a partir de diferentes postagens feitas por cidadãos em protesto contra o regime do país. Ao postar a música, o cantor foi preso e a música foi removida das redes. A banda brindou a possibilidade de viralizar a música novamente em uma data histórica que foi transmitida nos cinemas de todo o mundo.
As canções icônicas que não soavam há muito tempo
Uma seção para os fãs, porque em solo azul claro e branco são mostradas as versões acústicas de canções antigas que não são ouvidas há muito tempo. Shiver, Dont’t panic, Violet Hill e Til Kingdom come são alguns dos que soaram ao longo dos 10 recitais memoráveis. Os clássicos de sempre tiveram seu momento principal com um público emocionado que acompanhava à perfeição: Fix you, Yellow, Viva la Vida, The Scientist e Paradise não faltaram em nenhuma das datas.
O encerramento da turnê com o convite de Manuel Turizo
O músico colombiano, de apenas 22 anos, subiu ao palco alternativo junto com os integrantes da banda que lotou 10 estádios do River Plate. Sob as mesmas condições, ele assumiu o show e cantou seu grande sucesso, La Bachata, ao ritmo de milhares de argentinos aplaudindo a música contagiante. O acompanhamento dos quatro membros do Coldplay foi simplesmente sublime: respeito, admiração e empatia.
O momento da percussão com La Bomba de Tiempo
Macacões vermelhos que, na Argentina, só significam uma coisa: mais de 15 pessoas gerando a percussão mais maravilhosa do país. La Bomba de Tiempo (A Bomba Relógio) começou há 16 anos e continua a somar sucessos: além de se apresentar todas as segundas-feiras de cada semana no Centro Cultural Konex e encantar os moradores locais e estrangeiros com um show de ritmos únicos, agora também podem adicionar "tocar com o Coldplay" à sua lista de sucessos. E não é de todo menor, porque foram eles que deram o verdadeiro encerramento dos inesquecíveis 10 recitais em território argentino. Em 8 de novembro, com uma emoção que foi percebida no ar e já havia sido evidenciada por Chris Martin, os acordes das duas últimas canções do show, Fix You e Beautyful, foram acompanhados dos tambores e da percussão dos músicos argentinos.