O que fazer nos onze Patrimônios da UNESCO na Argentina
Cada um deles tem seus atrativos imperdíveis: caminhar no Glaciar Perito Moreno, passear de mountain bike no Talampaya ou ver a Garganta del Diablo sob a luz da lua cheia.
7. Curtir um espetáculo noturno de luzes nas Missões Jesuíticas Guaranis
Declaradas Patrimônio da Humanidade em 1984, elas foram construídas pelos jesuítas nos séculos XVI e XVII para levar em diante a evangelização dos Guaranis dessa região ao catolicismo. No total as missões são quatro: San Ignacio Miní, Nuestra Señora de Loreto, Santa Ana e Santa María la Mayor. A primeira é a mais bem preservada, com sua cor avermelhada característica e seus mil recantos que atraem os lentes das câmeras. Obviamente você pode visitá-la, caminhar e até conhecer o museu na entrada que ilustra mais claramente a história do sítio arqueológico. Mas a experiência alternativa envolve projetor e som surround sob a luz de um céu estrelado. De quinta a domingo, às 20h30, há uma projeção de imagens sobre as ruínas de San Ignacio que mostram a memória do lugar e dos povos.
8. Desenhar a incrível Casa Curutchet, ícone da arquitetura moderna em La Plata
Um reconhecimento para o pai da arquitetura moderna no coração da Argentina. Buenos Aires se diz presente no ranking do Patrimônios com uma incrível obra arquitetônica localizada em La Plata, a 58 km da capital. Que maravilha é essa? Em uma casa familiar inaugurada em 1953 e encomendada pelo Dr. Curutchet ao arquiteto suíço Le Corbusier, que pensou na ideia inovadora com um olhar visionário sobre materiais, estruturas e formas. Hoje a casa abriga os escritórios do Colégio de Arquitetos da Província de Buenos Aires e também recebe turistas curiosos que se atrevem a fugir da cidade e entrar em um universo arquitetônico único.
A atividade por excelência ali - além de percorrer seu interior branco imaculado, com rampas e até mesmo uma árvore que atravessa a estrutura - é sentar em frente à fachada com papel e lápis na mão e desenhá-la. Deixar-se levar pela mesma criatividade que guiou o artista a projetar uma obra que hoje coloca La Plata no radar mundial. Profundamente enraizada nos estudos da carreira da arquitetura, há muitos alunos que se sentam para desenhar a Casa Curutchet.
9. Respirar arte rupestre na Cueva de las Manos, Santa Cruz
Pinturas rupestres de mais de 9300 anos preservadas em perfeitas condições. Essa é a maior premissa que faz desta caverna um patrimônio cultural único no planeta, um registro da vida das civilizações pré-históricas. O lugar onde ela está localizada acaba adicionando mística à visita, entre montanhas e paisagens patagônicas. O que predomina - e atrai a atenção de milhares de historiadores - são as 829 mãos pintadas em diferentes tamanhos e cores em todo o recinto.
Para continuar o passeio, perto da caverna se pode acessar a Tierra de Colores, uma trilha de baixa dificuldade que mostra uma palheta de cores ocres, amarelas e rosadas muito fotografáveis. A combinação perfeita de história, trekking e vistas panorâmicas.
Se a viagem está prevista para fevereiro, o atrativo imperdível é o Festival Cueva de las Manos, onde vários músicos nacionais e internacionais fazem um espetáculo em homenagem ao sítio arqueológico.
10. Viajar de volta no tempo nas Manzana e Estancias jesuíticas de Córdoba
Mais um traço da passagem jesuíta pelo país. Nesta ocasião, a protagonista é a capital de Córdoba, a segunda província mais populosa da Argentina. O itinerário inclui o chamado Camino de las Estancias Jesuíticas, onde se pode caminhar pelo bloco (Manzana) e as cinco estâncias (Colônia Caroya, Jesús María, Santa Catalina, Alta Gracia e La Candelária). Todas as coordenadas abrigam edifícios que mostram o fato histórico e o valor arquitetônico das construções.
O Bloco Jesuíta, no centro da cidade, inclui a Iglesia de la Compañía de Jesús, a Capela Doméstica, a Residência, a Universidade y o Colégio Nacional de Monserrat. As torres da Igreja, em estilo romano, brilham à noite com sua iluminação e dão início conhecer a face noturna de Córdoba.
Por outro lado, visitar as estancias é embarcar em uma viagem ao passado. Desde os museus de Colonia Caroya e Alta Gracia, passando pelos vinhedos de Jesús María e o maior complexo arquitetônico construído fora da cidade em Santa Catalina. Ou o estabelecimento rural de La Candelaria, a 150 km da capital em uma planície alta conhecida como "Pampa de San Luis".
11. Fotografar Puente del Inca, um atrativo imperdível de Qhapaq Ñan
A Estrada Principal Andina ou Qhapaq Ñan, em Quechua, é uma rota que percorre mais de 30.000 km e abrange seis países: Argentina, Colombia, Ecuador, Bolivia, Chile e Perú. Ela entrou na lista de Patrimônios da Humanidade em 2014 por ser uma testemunha da época do esplendor da civilização inca e por conectar culturas, transporte, comércio e paisagens através de um incrível sistema rodoviário.
O território incluído no país argentino é de 119 km ao longo de sete províncias diferentes. Jujuy, Salta Tucumán, Catamarca, La Rioja, San Juan e Mendoza têm o privilégio de testemunhar este trabalho de engenharia icônica. Um dos setores mais interessantes está na província de Mendoza e ganhou fama internacional por ser uma ponte natural formada pela ação de águas minerais e sedimentos: Puente del Inca. Os passeios pelas diferentes províncias propõem uma viagem aos tempos pré-colombianos, cheios de história, caminhadas e ruínas.
Os onze Patrimônios da Humanidade argentinos são um espetáculo digno das experiências que oferecem, e aqui escolhemos os melhores para conhecê-los.
Eles são imperdíveis, icônicos e - como se isso não bastasse - com valor histórico mundial. Os Patrimônios da Humanidade da Argentina são lugares com sua própria marca que deixam um rasto no planeta. Por que? Devido ao seu importante componente cultural e natural, que os coloca sob a proteção da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Alguns deles foram Patrimônio há muitos anos - o primeiro foi o Parque Nacional Los Glaciares, Santa Cruz, em 1981 - e outros são mais recentes - Parque Nacional Los Alerces, Chubut, em 2017 -. Mas eles estão unidos pelo mesmo fator comum: proporcionar ao país um patrimônio cultural que reafirma sua posição como destino turístico.
O total de Patrimônios já é conhecido: são onze e eles estão espalhados em todo o território nacional. Agora, o que pode ser feito em cada um deles? Como aproveitar ao máximo a visita a esses gigantes? Essas são algumas das experiências incríveis que podem ser vividas nos Patrimônios da Humanidade:
1. Caminhar sobre a geleira no Parque Nacional Los Glaciares
Um espetáculo tingido de azul que atrai mais de 486.308 turistas anualmente. O Parque está localizado em Santa Cruz, é a maior área de processos glaciológicos e seu valor reside justamente nesse impacto natural. Qual é o grande atrativo imperdível? Fazer o trekking no Glaciar Perito Moreno, a geleira mais famosa do país. E que, ano após ano, gera expectativa mundial por seus históricos desprendimentos de blocos de gelo. Os passeios sempre devem ser feitos com um guia, e alguns são organizados para que você viva a experiência patagônica por dentro, utilizando equipamentos especializados e com o coração acelerado por estar caminhando sobre a lendária massa de gelo. O roteiro inclui navegação no lago, uma caminhada entre a fauna local e, finalmente, pisar no imponente Perito Moreno coroando a viagem com um uísque com gelo da geleira.
2. Molhar-se sob as quedas de água das magníficas Cachoeiras do Parque Nacional Iguazú
A maior manifestação da força da natureza é vivida neste Parque Nacional, na província de Misiones. Além de ser patrimônio da Humanidade, em 2011 as Cataratas del Iguazú foram adicionadas à lista das Sete Maravilhas do Mundo. Isso não surpreendeu ninguém, suas espetaculares quedas de água fazem emocionar e valem a pena admirar. Tanto que a melhor maneira de vivenciar é entrando em suas águas. A Grande Aventura é justamente isso: uma viagem de outro planeta. Navegar para se aproximar do paraíso das águas que fazem parte do circuito. O passeio também envolve um contato direto com a selva de Misiones em um roteiro no estilo safári que atravessa o território. A aventura continua em uma navegação passando sob as quedas de água, para sair encharcado, e curtir uma vista panorâmica da incrível Garganta del Diablo.
E, como o lugar merece, há uma segunda experiência para viver, desta vez se a visita coincidir com o ciclo lunar. Por que? Acontece que quando há lua cheia, uns passeios noturnos são feitos até a Garganta del Diablo para sentir ainda mais sua força iluminada pela luz da lua. A magia da natureza na sua máxima grandeza.
3. Entrar em um túnel de gelo no Parque Nacional Los Alerces
Uma experiência de outro mundo acontece na província de Chubut, no sul da Argentina. O Parque Nacional Los Alerces foi considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2008, por seu importante patrimônio da flora nativa, especialmente de Alerces, árvores que decoram grande parte da Patagônia. Além de caminhar pelo Parque para absorver a magia típica do sul do país, há outra prática bem mais atrativa: entrar em túneis de gelo que se formam no topo do Cerro La Torta.
O que é que ele consiste? Em uma excursão que atravessa florestas de Lengas e, após uma hora de trekking, permite atingir formações naturais cilíndricas de 100 metros de comprimento e dez metros de diâmetro. O fenômeno - que pode ser apreciado por um curto período de tempo, de janeiro a fevereiro - surge do derretimento de mantos de gelo que se acumulam durante o ano e, devido às altas temperaturas da terra no verão, eles começam a derreter de baixo para cima.
4. Ver as baleias na Península de Valdés
Uma formação geológica cercada pela fauna e a natureza. Um lugar que, sem dúvida, é especial para o avistamento de animais, desde leões-marinhos, passando por pinguins, pássaros, guanacos e a grande protagonista: a baleia franca do sul. Na verdade, esta região em Chubut é considerada um dos destinos mais importantes de observação de baleias do mundo. De junho a dezembro, vários barcos entram no Oceano Atlântico, e se a sorte estiver ao lado dos turistas, eles poderão testemunhar um dos fenômenos mais incríveis de contato com o reino animal. As baleias, de tamanhos monumentais, passam sob os barcos e dão um espetáculo excepcional para todos os sentidos.
5. Vivenciar o carnaval, um dos festivais mais coloridos do país, na Quebrada de Humahuaca
Um cânion declarado Patrimônio da Humanidade em 2003 na categoria paisagem cultural. Por que? A resposta está diante dos olhos do turista que escolhe a Quebrada de Humahuaca, em Jujuy, como seu destino de viagem: uma impressionante visão de cartão postal com vales e montanhas coloridas que se estende por 155 km ao longo do Rio Grande. Seus atrativos imperdíveis estão cheios de história e cores: Purmamarca com seu incrível Cerro de los Siete Colores, Tilcara e as Ruínas de Pucará, Humahuaca para vivenciar uma típica aldeia do norte e a grande maravilha da Serranía de Hornocal (também conhecida como Cerro de los Catorce Colores).
Além de presentear com imagens de sonho, em fevereiro a Quebrada recebe uma das festividades mais nativas da Argentina: o Carnaval. As aldeias são tingidas em cores vibrantes, com máscaras e roupas típicas do norte do país para homenagear à Pachamama - a Mãe Terra - através da música e danças. Há oito dias de pura celebração que refletem perfeitamente o folclore argentino.
6. Fazer mountain bike nos Parques Naturais de Ischigualasto e Talampaya
Duas províncias que compartilham um Patrimônio da Humanidade desde 2000, onde as protagonistas são as formações geológicas e suas impressionantes cores avermelhadas. Ambos os parques ganham relevância científica devido às descobertas paleontológicas feitas na área, que registram traços do Período Triássico da Era Mesozoica. Isso significa que, quem visitar essas maravilhas, estará pisando na mesma terra que há milhões de anos já foi pisada pelos dinossauros.
Além das muitas visões de cartão postal fornecidas pela paisagem semelhante a Marte, Ischigualasto é conhecido como o Vale da Lua! -, os aventureiros também podem ter sua cota turística específica em San Juan e La Rioja. Como? Através de circuitos de mountain bike que percorrem os quilômetros de paredes vermelhas naturais.