Crossover musical: as melhores reversões dos clássicos gêneros argentinos
As novas gerações não esquecem suas raízes e alguns dos artistas argentinos mais ouvidos do momento estão lá para provar isso.
1. Folklore + Trap
O folclore marca gols nas quadras musicais da Argentina há anos. Para quem não conhece, é um ritmo popular e tradicional considerado como um dos mais importantes do país. Será por isso que cada região fez sua própria versão: o Chamamé em Corrientes e o Litoral, a Zamba no NOA, a Chacarera em Santiago del Estero, o Carnavalito em Jujuy e Salta, e muito mais. Há muitos quilômetros (e anos) percorridos pelo Folclore e hoje, um de seus grandes expoentes - o Chaqueño Palavecino - retorna ao estádio pela mão do companheiro menos pensado: o Trap.
Sim, uma das novidades mais recentes em matéria musical montou o par perfeito com seu amigo da velha escola. E verdade seja dita, somos fãs do resultado. Ele lembra o tradicional e coloca o toque certo de modernidade. Desta vez foi Lit Killah quem prestou homenagem ao grande sucesso do Chaqueño Palavecino em La Ley y La Trampa e decidiu reformulá-lo em La Trampa es Ley
O mesmo foi feito por Lali - atriz, cantora e compositora argentina - que, embora se identifique com o pop, também assumiu o Malambo, uma dança folclórica tradicional. Ela fez isso em Como tú, onde mostrou que, embora seja tipicamente uma dança reservada para homens, ela – e todas as mulheres – estão à altura dela.
2. Cuarteto + funk
Cuarteto, diz-se de uma mistura impecável de sons que clama para mover o corpo. Um ritmo que amacia até mesmo o dançarino mais indiferente. É que o cuarteto é um clássico cordobés que desde anos atrás – 1940, para ser exato - espalha alegria no país do sul.
Uma curiosidade? Seu nome se deve ao fato de que em seu início foi tocado por quatro músicos: um piano, um acordeom, um contrabaixo e um violino. Hoje, 60 anos depois, nas pistas continua a soar e levantar as pulsações de todos que decidem se render ao seu balanço. E Juan Ingaramo, faz justiça adicionando notas de Funk. Ele faz isso em sua discografia, mas especialmente em sua canção Cuartefunk
3. Tango Trap
Traje unos tangos é uma canção com uma base de tango que combina a partir do minuto zero seus versos traperos. Seu criador, Ysy A, é um expoente do gênero mais urbano e freestyler que já cruzou fronteiras: o trap, é claro.
E assim o faz também Mauro Caiazza - um dançarino muito talentoso que em 2021 abriu o festival Tango BA - e dança ao ritmo do 2x4 de seu lado trapero e eletrônico. Ele acompanha as melodias disruptivas que não esquecem seu DNA toda vez que os bandoneons tocam ao fundo.
4. Cumbia villera + Pop
Tropicalíssima, a cumbia adota influências colombianas e peruanas que atendem ritmos locais como o tango e o chamamé. Um subgênero que ganhou terreno há muito tempo foi a cumbia villera, nascida nos bairros mais humildes com temas populares. Os clássicos artistas? Damas Gratis, Gilda, El Polaco e La Princesita.
Agora, em 2017 L-Gante subiu ao palco e desde então, soa 24 horas por dia, 7 dias por semana. E como sua geração permite, ele fundiu a tradicional cumbia villera com a estrela do Pop Tini Stoessel, em sua canção Bar
5. Rock + Indie
A era de ouro do rock nacional foi vivida lá nos anos 80 e 90. Mesmo com menos globalização, seus maiores expoentes alcançaram a fama mundial: Gustavo Cerati, Spinetta, Charly García e Fito Páez são nomes reconhecidos ao longo e largo do mundo.
E foi Fito quem se encorajou a fazer colaborações mais poperas e indies com Conociendo Rusia em Tu Encanto e Lali em Gente en la Calle.